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O que é BRLUC?

O método BRLUC (Brazilian Land Use Change) foi desenvolvido para permitir a estimativa da mudança de uso da terra direta (MUT) e emissões de CO2 associadas a produtos agropecuários brasileiros, em nível subnacional e compatível com os principais protocolos internacionais de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e de Pegada de Carbono.

Para que serve?

Em um cenário ideal, estudos de ACV e Pegada de Carbono usariam dados específicos do sistema em análise para estimar a MUT, como por exemplo, dados em nível de fazenda. Mas estes dados muitas vezes não estão disponíveis ou podem demandar altos custos para serem obtidos. Nesses casos, o BRLUC pode ser usado para apoiar esses estudos, reduzindo os custos e o tempo associados e assegurando o atendimento aos protocolos internacionais.

Quais os dados ele disponibiliza?

O BRLUC disponibiliza três tipos principais de informações:
1-Estoques de carbono de diferentes usos da terra em nível de microrregião do Brasil (em tC/ha);
2-Estimativas dos padrões de mudança de uso da terra para produtos agropecuários em nível nacional, estadual e municipal (em % do atual uso da terra);
3-Estimativas de emissões de CO2 associadas a esses padrões (em tCO2/ha/ano).
4-Área ocupada pelas categorias de uso da terra* (em ha).

Para quais protocolos posso utilizar?

Para o uso adequado dos dados, é preciso conhecer antes o escopo do estudo e os requisitos do protocolo ou norma de ACV ou Pegada de Carbono que se pretende atender. Será preciso selecionar o recorte geográfico, o produto e o período, os quais são determinantes para o resultado.

O BRLUC é compatível com os seguintes protocolos: IPCC guidelines, GHG Protocol, Manual ILCD, ISO 14067, PAS2050, PEF e Agrifootprint. Se for usar o BRLUC no Ecoinvent, acesse mais detalhes aqui. Caso tenha alguma dúvida ou necessidade de adaptação do método, favor entrar em contato por meio do www.embrapa.br/fale-conosco/sac.

Onde encontro mais informações?

A metodologia para geração dos dados está disponível nas publicações do BRLUC, que podem ser encontradas aqui. A equipe e instituições envolvidas no desenvolvimento do BRLUC são os coautores das publicações. As versões anteriores do BRLUC e as mudanças feitas entre cada versão estão disponíveis aqui.

Citações

Garofalo, D.F.T.; Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Maciel, V.G.; Brandão, M.; Shimbo, J.Z.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Land-use change CO2 emissions associated with agricultural products at municipal level in Brazil. Journal of Cleaner Production, 2022, 364, 132549.

Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Brandão, M.; Alves, B.J.R.; May, A.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Estimating 20-year land-use change and derived CO2 emissions associated with crops, pasture and forestry in Brazil and each of its 27 states. Global Change Biology, 2017, 23(9), pp. 3716-3728.

*Para dados de produção, produtividade e área de ocupação de lavouras específicas e silvicultura, indicamos consulta ao banco de dados SIDRA do IBGE, pesquisas PAM e PEVS (sidra.ibge.gov.br). Dados dessa base podem ser usados para cálculo do parâmetro “Land occupation” do GHG protocol.

O que é o ecoinvent?

O ecoinvent é uma das principais bases de dados internacionais de ACV. Os dados do BRLUC foram integrados à estrutura do ecoinvent, e os detalhes foram publicados no artigo de Donke et al., 2020. Seu uso pode ser complexo e requerer experiência prévia com a base de dados ecoinvent.

Como os dados do BRLUC podem ser usados no ecoinvent?

Existem três possibilidades de uso dos dados do BRLUC em inventários dessa plataforma:
1-Inserção de dados brutos de MUT diretamente nos inventários;
2-Uso dos dados do BRLUC integrados ao ecoinvent, com alocação "crop-specific";
3-Uso dos dados do BRLUC integrados ao ecoinvent, com alocação "shared responsibility".

A opção 1 não utiliza o dataset/inventário de "land use change" do ecoinvent. Caso esse fluxo esteja presente, ele pode ser excluído do inventário. Ele utilizará três outros fluxos da natureza: "Transformation, from", "Transformation, to", e "Carbon dioxide, from soil or biomass stock".

As opções 2 e 3 possuem a limitação de ter apenas os dados para o período 1996-2015. A vantagem dessas opções é a integração com datasets à montante do processo, refletindo em uma contabilidade de emissões de gases do efeito estufa mais completa. Para utilizá-las, primeiro é preciso selecionar o dataset/inventário de "land use change" da tecnosfera, existente no ecoinvent. No campo "Quantidade", deve ser inserida a porcentagem de expansão do cultivo analisado ("crop-specific") ou de toda a categoria de uso da terra ("shared responsibility") no período objeto de análise, relativizada pela unidade funcional (ex: se a unidade funcional é o kg de produto, o cultivo X aumentou em 10% em 20 anos e sua produtividade é de 3000kg/ha, o valor de 0,10/3.000 deve ser inserido). A alocação "crop-specific" atribui as emissões de LUC apenas para as lavouras com expansão no período; já a alocação "shared responsibility" atribui as emissões de LUC para todas lavouras com ocupação de área no período, tenham elas expandido ou reduzido em área. Maiores detalhes estão disponíveis nas referências abaixo.

Donke, A.C.G.; Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Moreno-Ruiz, E.; Reinhard, J.; Picoli, J.F.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Integrating regionalized Brazilian land use change datasets into the ecoinvent database: new data, premises and uncertainties have large effects in the results. International Journal of Life Cycle Assessment, 2020, 25(6), pp. 1027-1042.

Folegatti-Matsuura, M.I.S.; Picoli, J.F. Agriculture, forestry and animal husbandry - Brazil. In: Agriculture, forestry and animal husbandry Ecoinvent Association. Zürich: ecoinvent Association, Switzerland, 2018.

Reinhard, J.;Moreno-Ruiz, E.; Gmünder, S. Consideration of land use change in ecoinvent version 3.3: Method, Implementation and Illustration. Zürich: ecoinvent association, Switzerland, 2017.

Publicações

Para documentação, metodologias e aplicações, confira as publicações abaixo:

Garofalo, D.F.T.; Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Maciel, V.G.; Brandão, M.; Shimbo, J.Z.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Land-use change CO2 emissions associated with agricultural products at municipal level in Brazil. Journal of Cleaner Production, 2022, 364, 132549.

Donke, A.C.G.; Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Moreno-Ruiz, E.; Reinhard, J.; Picoli, J.F.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Integrating regionalized Brazilian land use change datasets into the ecoinvent database: new data, premises and uncertainties have large effects in the results. International Journal of Life Cycle Assessment, 2020, 25(6), pp. 1027-1042.

Folegatti-Matsuura, M.I.S.; Picoli, J.F. Agriculture, forestry and animal husbandry - Brazil. In: Agriculture, forestry and animal husbandry Ecoinvent Association, Zürich, Switzerland, 2018.

Novaes, R.M.L.; Pazianotto, R.A.A.; Brandão, M.; Alves, B.J.R.; May, A.; Folegatti-Matsuura, M.I.S. Estimating 20-year land-use change and derived CO2 emissions associated with crops, pasture and forestry in Brazil and each of its 27 states. Global Change Biology, 2017, 23(9), pp. 3716-3728.

Versões anteriores

Nesta página você encontra os arquivos para download das versões anteriores do BRLUC e um breve resumo das mudanças entre elas.

BRLUC v1.3 (disponibilizado em 14 de outubro de 2020). Inclui dados atualizados para três períodos a mais, permitindo a escolha dos períodos 1994-2013, 1995-2014, 1996-2015, 1997-2016, 1998-2017 e 1999-2018 diretamente na planilha de resultados. Os dados de áreas de pastagem e silvicultura foram atualizados de acordo com os dados disponibilizados nos Censos Agropecuários, em especial o Censo de 2017. As áreas para os anos entre os Censos foram estimadas por interpolação linear, conforme boas práticas da FAO. Com isso, as extrapolações com base nos dados da PPM e IBÁ não são mais realizadas. As tabelas de entrada de áreas de lavouras também foram atualizadas e possuem alguns poucos valores atualizados pelo próprio IBGE. A tabela de estoques de carbono também passou por atualizações, algumas com impactos significativos. As principais mudanças são: a-incorporação dos fatores de mudança de estoque do solo (FLU, FMG e FI) disponibilizados pelo IPCC (2019); b-reanálise dos estoques de vegetação de nativa, com revisão e correção dos valores para alguns estados (ex: MA, MT e PB); c-refinamento dos estoques de silvicultura, com a inclusão da classe "Other broadleaf"; na segunda aba da tabela são mostradas as diferenças em % para a versão anterior.

BRLUC v1.2 (dispobilizado em 03 de junho de 2018). Inclui dados atualizados para um período a mais e permite a escolha dos três períodos 1994-2013, 1995-2014 e 1996-2015 diretamente na planilha de resultados. Pequenos ajustes de formato e nomenclatura na aba "Search" solicitadas pelos usuários, como por exemplo, ajustes nos nomes das categorias de uso da terra e inclusão de valores zero nos quadros iniciados pelo número 4 na planilha. As tabelas de entrada de área de lavouras foram atualizadas e possuem alguns poucos valores atualizados próprio pelo IBGE.

BRLUC v1.1 (disponibilizado em 03 de junho de 2017). Inclui dados atualizados para um período a mais e permite a escolha dos dois períodos 1993-2014 e 1994-2015 diretamente na planilha de resultados. Ajusta e automatiza as datas utilizadas para calcular a área média das lavouras anuais e perenes. Na versão 1.0, os dados utilizados para calcular o valor da área em t0=1995 e t1=2014 foram as médias entre 1993 e 1995 e entre 2012-2014, respectivamente; na versão 1.1, isso foi ajustado para ser t0, t0-1 e t0+1 e t1, t1-1 e t1+1, permitindo a da data desejada. Isso leva a 1994-1996 para t0=1995 e 2013-2015 para t1=2014. Os anos usados para calcular a área de t1 para pastagem e silvicultura são os mesmos da v1.0, mas foram ajustados para igualar o valor de t1. Isso leva em t1=2014, a área de pastagem extrapolada para 2014 e a área de silvicultura como a média entre as áreas de 2013-2015; isso é diferente do que está declarado na tabela S2 do apêndice S3 (2013). As tabelas de entrada de área de lavouras foram atualizadas e possuem alguns poucos valores atualizados próprio pelo IBGE.

BRLUC v1.0 (disponibilizado em 03 de Abril de 2017). Primeira versão publicada juntamente com o artigo Novaes et al., 2017.

Caso faça o uso do método, recomendamos a citação do artigo original (Novaes et al 2017) e deste website (EMBRAPA, 2022. BRLUC - method for estimating land use change and CO2 emissions associated to agriculture in Brazil. www.brluc.cnpma.embrapa.br).

Equipe

Marília Ieda Da Silveira Folegatti-Matsuura, Pesquisadora.

Renan Milagres Lage Novaes, Analista Responsável.

Ricardo Antonio Almeida Pazianotto, Analista Responsável.

Elias Gomes de Almeida, Analista de Suporte de TI.

Danilo Francisco Trovo Garofalo, Colaborador.

Vinícius Gonçalves Maciel, Colaborador.

Miguel Brandão, Colaborador.

Julia Zanin Shimbo, Colaboradora.

Política de Privacidade

O Método BRLUC (Brazilian Land Use Change) foi desenvolvido para permitir a estimativa da mudança de uso da terra direta (MUT) e emissões de CO2 associadas a produtos agropecuários brasileiros, em nível subnacional e compatível com os principais protocolos internacionais de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e de Pegada de Carbono.

Para sua segurança, a Embrapa disponibiliza o Aviso de Privacidade e o Termo de Uso do método BRLUC (Brazilian Land Use Change).